quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A Menina

Eu, a menina,
nos meus olhos de mel
vi um reino de luz
que nunca visitei,
mas guardei pra você.
Pois ao te encontrar
saberia ser só tua.

Menina, ainda leve
flutuaria nas brumas dos teus olhos
para o enlevo de teu beijo
que, já sei, nasce novo como cada manhã.

Menina, que seria tua,
deitaria todo meu amor
sob uma seda invisível de teu desejo
para ter no corpo
a sensação que tem o chão
quando o sol lhe acaricia.
Aí então, abriria-se o pente
como pétalas douradas
que tem em seu perfume
os doces ventos primaveris

Eu, a menina não mais minha,
sairia do chão
para pousar morna
sob o peso dos teus braços
que é como o reino tão sonhado
que saberia, então, existir.